quinta-feira, 15 de novembro de 2007

SARAU de poesia, rap e cordel

O objetivo deste evento desde seu nascimento foi proporcionar oportunidades novas aos alunos, de cultura e expressão das suas necessidades de serem ouvidos como pessoas, incluídas. Por isso, eles próprios mostraram seus raps e poesias para os artistas convidados e até roubaram um pouco a cena. Mas valeu! Meu desejo é que eu apague diante do que foi feito mas que estes garotos sejam realmente escutados em seus lamentos. Quem ouviu com cuidado as letras dos raps, um choro na alma ficou... O que fazer diante de tanto apelo? Daí acreditamos que poderiamos fazer alguma coisa, trazendo este evento... Não sei ao certo se conseguimos mobilizar algo de construtivo nas subjetividades... Mas tentamos... OLHEM POR ESTES GAROTOS, ESCUTEM E SINTAM A NECESSIDADE DE AMAR MAIS DO QUE SÃO CAPAZES - Só assim faremos a diferença ... !!!

MªRitaP. Vejam no link à direita - álbum dos alunos - todas as fotos do SARAU

6 comentários:

Leia Silas disse...

Olá Amigos
Tá muito bom o site
Adorei ver a montagem sobre o evento no Casulo com o Flávio Bras e os alunos
Muito bom
Parabéns a todos
Silas

PS: poderia tb ter um link com as ftoos do evento, uma por uma

Anônimo disse...

oi amigos
eu gostei muito do sarau foi muito bom.
eu gostei do professor silas recitando o poema vista a minha pele.
bom gostei de tudo.......
amanda da 6-d

Anônimo disse...

Poema Para 20 de Novembro

Vista a Minha Pele

Dia da Consciência Negra
Dia da consciência branca
Dia da consciência pesada

Silas Corrêa Leite


Vista a minha pele
Você conseguiria?
Seja negro só por um dia
Seja preto por mim
Somando todas as minhas cores assim

Vista a minha pele
Sinta a minha cor
Seja você quem for
Capture a minha dor
Lá dentro de mim
E procure me compreender melhor assim

Vista a minha pele
Eu sou igual a você
Ser humano porque
Corpo, Mente, Coração
Então, por que racismo e discriminação?

Vista a minha pele
Sou vermelho por dentro
E negro sempre cem por cento
Afrodescendente
Além de para sempre
Inteiramente ser humano e sobretudo gente

Vista a minha pele
Vista-se de mim
E procure me entender seu igual assim
Seu irmão da maravilhosa e cósmica raça
E então veja tudo o que dentro de mim se passa

Assim você confere
Assim você vai se sentir
Dentro da minha pele
Como eu quero ser árvore e florir
Como eu quero ser janela e me abrir
Como eu quero ser estrada e prosseguir
Que eu quero ser estrela e sorrir
Sem ninguém para me ferir
E você vai captar então
A pureza do essencial
O que eu quero é total libertação
E todos iguais na coloração
Numa democracia racial

Vista a minha pele
Seja um pouco eu mesmo por aí
Dentro de você - para você sentir
Sou preto brasileirinho
Sou negrão e sou negrinho
Sou negro do seu mesmo valor
E tenho a Mama-África no meu interior

Depois de me vestir e de se sair de si
Deixando de ser eu negão aí
Venha me estender a sua mão
E de coração para coração
Abrace-me como um seu completo irmão
Pois a nossa pele espiritual será uma só então
Numa sagrada celebração.

-0-

Silas Corrêa Leite, de Itararé-SP, Poeta, Educador, Coordenador de Pesquisas da FAPESP-USP-Culturas Juvenis – Autor de “Porta-Lapsos”, Poemas, e “Campo de Trigo Com Corvos” Contos, Editora Design
EMEF José Alcântara Machado Filho, Real Parque, AR-BT, São Paulo-SP
Endereço eletrônico: poesilas@terra.com.br
Site: www.itarare.com.br/silas.htm
Texto da Série: Afrobrasilis – “Amalgamados - Dos Filhos Deste Solo”
(Silas Corrêa Leite, inédito)

Leia Silas disse...

O POETA SILAS CORREA LEITE RESENHA O LIVRO "COLECIONADOR DE PEDRAS"
do Poeta da Periferia Sérgio Vaz
Artigo - Resenha - Silas Correa Leite

As Pedras do Colecionador Sérgio Vaz
A Poesia ganhou a rua. A rua da amargura. E lá se cantou os lamentos dos excluídos sociais. A periferia sociedade anônima e seus brasileirinhos mestiços que, sim têm muito o que dizer; testemunhas humanas desses tempos de muito ouro e pouco pão, de Sem Terras, Sem Tetos, Sem Vozes; de lucros impunes, riquezas injustas, propriedades-roubos, principalmente em globalizados tempos neoliberais de paulistas privatizações-roubos (privatarias) e terceirizações neoescravistas promovidas na calada da noite por um picolé de chuchu. Que negócio é esse mano, do Brasil só ser rico para os ricos, não ser rico para os pobres? Pois é. O Poeta Sérgio Vaz é o redentor dessa labuta, desses cantares, desse povo que tem muito o que dizer também no letral. Sérgio Vaz recolhe as pedras dessas ruas, ele mesmo produz as suas próprias pedras, e, como disse Drumond que sempre “tem uma pedra no meio do caminho”, elas, finalmente foram editadas e, na obra literária “Colecionador de Pedras” de Sérgio Vaz - para não dizer que não falei de flores - trazem à tona o grito desses descamisados.
Porque Sérgio Vaz escreve, declama – quem tem raça e sangue de próprio punho e pulso faz ao vivo - junta os poetas rueiros, cooperativa as palavras e os sentimentos. Vale ao vivo. O livro Colecionador de Pedras é isso: recolhes que explicitam a dor dos oprimidos. Brasileirices. Jogar areia nos nossos olhos? Arear a alma, isto sim, cara pálida. Acender pirilâmpadas. Poesia do chão das ruas abandonadas ao deus-dará, de becos, vielas, cortiços, comunidades, bibocas, favelas, todas cooperativadas num colar de macadames. Trincheiras poéticas. A arte que resiste e berra outros navios negreiros, outras moendas – vai vendo o poder das palavras, ele diz – e prefere Revolução sem R. Esse é o Sérgio Vaz, coração em chamas. Os estilhaços-pinceladas de poemas rueiros, conscientes e inconscientes, que latejam e volatilizam alma e coragem. Uma legião de pedras sem terem palanques, a não ser as comnidades-palanques, as esquinas, bares, casas e acontecências...e sofrências.
Pra mim, as Pedras do Sérgio Vaz são também as sandálias desse Colecionador. Já pensou que cicatrizes? Ave Sérgio: habemus poemas com a cara e a coragem brasileríssima. Resistir no letral? Que possa ser. Poemas-pedras. Quebram vidraças e erguem castelos, derrubam muros, pois, como disse Clarice Lispector, há dias que lambemos paredes. Ainda mais nessa áfrica-utópica-panamérica-sampa da força da grana que ergue e destrói coisas belas... Carbonários, noiteadeiros, marginais, pagodeiros, uni vozes. Até porque tem sempre alguém apontando uma pedra pra nós: uma pedra-olhar de discriminação, de constrangimento, uma pedra-não de falsos sins; uma pedra-toleima, pedra pão dormido, pedra além da casagrande e senzala, pedras esmolas. Mas poetas não são pidonchos. Se a arte é libertação, de alguma maneira podemos resistir na arte. É isso que Sérgio Vaz faz como serventia de ser cidadão e impregnar de lirismo e dor os gritos pairando nos ares dessa desvairada paulicéia de ameríndios e afrodescendentes. E há pedras-lágrimas. O badame dói. A cetra estica, agoniza mas não morre. E ele ainda poeta: “Que a pele escura/Não seja escudo/Para os covardes/Que habitam a senzala/Do silêncio(...)Porque nascer negro é consequência/Ser (NEGRO) é Consciência(...)”. Esse Sérgio Vaz tem a minha cara, a sua cara, a nossa cara, somos milhões descendo para o asfalto da selva urbana de estátuas e cofres, e temos muito o que dizer. Periga ler, tá ligado. Sente o clima? A alma dos acorrentados de alguma maneira vaza. E alguém com sensibilidade e talento coleciona pedras-poemas. E o menino-poeta-rueiro-(porque colecionador tem que andar-se muito) ainda traz a sua infância (pobretriste) consigo: “Não faço Poesia/Jogo futebol de várzea/No papel”. Lindo. Poesia pura. Poéticas fintas garrinchais nos dribles do olhar/sentir/dizer-(se) em fragmentos-closes. O ócio é duro de roer. Ócios do ofício de escrever(se).
Pedras quebram vidraças, desfazem brumas e clareiam espectros. Porque a bala de hortelã que não compramos no farol; porque o olhar humilhante que damos com olhos de palha na rua para os rejeitados, é o mesmo que por dias, anos; de milhares de insensíveis com gatilhos de censura alimentam o ódio daquele que rumina a dor de ser excluído, até um dia o descaminho da falta de estrutura total colocar o serzinho entre a droga e o grito contido, então, com uma arma na mão, o desprezado (dívidas sociais históricas), já não pede, e nem implora, exige - mãos ao alto!
E então, meu irmão, a bala perdida sempre acha o seu alvo-qualquer-um-de-nós com nossos falsos muros de lamentações. “Ah!, é permitido sorrir” – diz Nelson Maca na última capa do livro(...) “Poeta marginal, sugere alguns...depende de que lado da margem...” diz Toni C (Hip-Hop a Lápis) também no mesmo espaço. Mas o arco-íris marrom dói na consciência histórica. Há margens, moinhos, moendas, e há o avesso do haver-se. Subindo a ladeira mora a noite? Sim, meus irmãos: não há sensações no esquecimento. Sérgio Vaz escreve sobre a sua dura realidade emergente, recolhe essas pedras, violências, medos, carências, pensamentos vadios. Ele mesmo é todas as comunidades. Quase todos os heróis são sonhadores?. E coloca a alma para respirar: “No orfanato/As crianças/Pedem esmolas/Com os braços abertos(...)” Anjos caídos agradecem. Antes mesmo que colecionar “pedras”, Sérgio Vaz dá testemunho de seu tempo, de seu povo, de seus tantos lugares. E os cantos desses tempos-povos-lugares. A periferia cooperativada em busca de justiça histórica agradece. Nós temos um sonho. Que a poesia nos liberte de tantas amarras (de todas as matizes e chorumes e escrevivências) dos filhos deste solo. Amém. Saravá, Castro Alves! Nosso cartão de crédito não é uma navalha na alma: é um poema na veia!
Silas Correa Leite, de Itararé-SP, autor de Porta-Lapsos, Poemas
E-mail: poesilas@terra.com.br
Site: www.itarare.com.br/silas.htm

Anônimo disse...

Poemas do Silas Correa Leite


O Poeta Silas Correa Leite se Apresenta

“Ser poeta é a minha maneira de chorar escondido/ nessa existência estrangeira em que me tenho havido”.
“Fugi do colégio interno/ fugi do quartel inferno/ fugi da ditadura de gravata/ farda, togas e terno/ e assim poeta moderno/ me descobri/ Ser Humano sem pedigree.”
“Que o bom Deus me proteja/ mas não tem remédio/ prefiro morrer de poesia e cerveja/ mas não de tédio”.
“Fujo de casa/ para o trabalho/ Fujo do trabalho/ para a escola./ Fujo da escola/ para a poesia./ Na poesia sou/ íntima fuga./Ponto de liga/ alma sem
ruga. / A casa, a escola, o trabalho/ que fuga me sou? Se sempre me levo comigo/ para onde me vou?/.
“Quando quero estar um pouco a sós comigo /esqueço, desligo/ e tomo uma cerveja gelada...”
“ Nunca amei ninguém/ que fosse parecido comigo/ até porque persigo paz./ e não esconderijos./ nunca amei ninguém/ com medo de ser oásis.”.
“ A luz que me desce agora,/ é luz dentro que não se vê fora./ Fora a sombra cresce, agride, cora,/ enquanto a luz de dentro impera e mora”.
“A carrocinha do padeiro/ tem um buraquinho bem no meio/ e vai semeando andorinhas/ atrás do farelo de pão”
“Minha mãe fritava polenta/ e convidava a aurora para o banquete.”
“A cebola nossa de cada dia/ nos daí hoje/ para que choremos cotidiana poesia/ (nos ninhais de selvagem alquimia)/que sempre nos foge.”
“Sempre fui muito sozinho/ abandonaram-me quando nasci./ Minha pobre mãe deixou/ que eu existisse. / Hoje acostumei-me a ser sozinho/ abandonei-me em
mim./ Acho que eu mesmo fui minha mãe./ não sei nunca mais deixar de ser sozinho assim./ Fiquei refém de eterno abandono./ - Mãe, tende piedade de mim!”
“Eu sou assim./ Uma noite mascarada de dia./ E de noite um córrego borboleteando Poesia./Tomo essência das coisas como elas são./ E,relendo-as, completo-me em suprema inteiração.”
“A mosca encontrou um garçom/ cheirando a detefom/ dentro da sopa”.
“O telefone toca/ e eu fico ligado/ preocupado/ assustado. / Em casa não tem telefone/ E eu sou só um número errado”
“ Estive em Itararé/ e não me lembrei de ninguém./ Porque quem não está em Itararé/ está sem.”
“ Deixei meu coração em Itararé/ na periferia cor-de-rosa da Vila São Vicente/
/ Ali sob um flamboyant florido/ Ainda pulso, viço e glorifico a vida// Deixei meu coração em Itararé/ À beira do rio verde entre pinheirais//A criança triste que eu tenho sido/ É essa distância de cavaleiro boêmio.//Deixei meu coração em Itararé/ Sob a lua caipira da Praça Coronel Jordão./Deus sabe o quanto tenho sofrido, / procurando uma estrela nova no céu./Deixei meu coração em Itararé/ e corro atrás de uma estrada que não existe./Talvez por isso eu seja um poeta triste, buscando a criança que me perdi de ser./”
....................................................
Os versos foram extraídos de Porta-Lapsos, livro de meu amigo e poeta Silas Corrêa Leite.
Maria Apparecida S.Coquemala (Maria-13@uol.com.br) - Itararé-SP

Anônimo disse...

Poemas do Silas Correa Leite


O Poeta Silas Correa Leite se Apresenta

“Ser poeta é a minha maneira de chorar escondido/ nessa existência estrangeira em que me tenho havido”.
“Fugi do colégio interno/ fugi do quartel inferno/ fugi da ditadura de gravata/ farda, togas e terno/ e assim poeta moderno/ me descobri/ Ser Humano sem pedigree.”
“Que o bom Deus me proteja/ mas não tem remédio/ prefiro morrer de poesia e cerveja/ mas não de tédio”.
“Fujo de casa/ para o trabalho/ Fujo do trabalho/ para a escola./ Fujo da escola/ para a poesia./ Na poesia sou/ íntima fuga./Ponto de liga/ alma sem
ruga. / A casa, a escola, o trabalho/ que fuga me sou? Se sempre me levo comigo/ para onde me vou?/.
“Quando quero estar um pouco a sós comigo /esqueço, desligo/ e tomo uma cerveja gelada...”
“ Nunca amei ninguém/ que fosse parecido comigo/ até porque persigo paz./ e não esconderijos./ nunca amei ninguém/ com medo de ser oásis.”.
“ A luz que me desce agora,/ é luz dentro que não se vê fora./ Fora a sombra cresce, agride, cora,/ enquanto a luz de dentro impera e mora”.
“A carrocinha do padeiro/ tem um buraquinho bem no meio/ e vai semeando andorinhas/ atrás do farelo de pão”
“Minha mãe fritava polenta/ e convidava a aurora para o banquete.”
“A cebola nossa de cada dia/ nos daí hoje/ para que choremos cotidiana poesia/ (nos ninhais de selvagem alquimia)/que sempre nos foge.”
“Sempre fui muito sozinho/ abandonaram-me quando nasci./ Minha pobre mãe deixou/ que eu existisse. / Hoje acostumei-me a ser sozinho/ abandonei-me em
mim./ Acho que eu mesmo fui minha mãe./ não sei nunca mais deixar de ser sozinho assim./ Fiquei refém de eterno abandono./ - Mãe, tende piedade de mim!”
“Eu sou assim./ Uma noite mascarada de dia./ E de noite um córrego borboleteando Poesia./Tomo essência das coisas como elas são./ E,relendo-as, completo-me em suprema inteiração.”
“A mosca encontrou um garçom/ cheirando a detefom/ dentro da sopa”.
“O telefone toca/ e eu fico ligado/ preocupado/ assustado. / Em casa não tem telefone/ E eu sou só um número errado”
“ Estive em Itararé/ e não me lembrei de ninguém./ Porque quem não está em Itararé/ está sem.”
“ Deixei meu coração em Itararé/ na periferia cor-de-rosa da Vila São Vicente/
/ Ali sob um flamboyant florido/ Ainda pulso, viço e glorifico a vida// Deixei meu coração em Itararé/ À beira do rio verde entre pinheirais//A criança triste que eu tenho sido/ É essa distância de cavaleiro boêmio.//Deixei meu coração em Itararé/ Sob a lua caipira da Praça Coronel Jordão./Deus sabe o quanto tenho sofrido, / procurando uma estrela nova no céu./Deixei meu coração em Itararé/ e corro atrás de uma estrada que não existe./Talvez por isso eu seja um poeta triste, buscando a criança que me perdi de ser./”
....................................................
Os versos foram extraídos de Porta-Lapsos, livro de meu amigo e poeta Silas Corrêa Leite.
Maria Apparecida S.Coquemala (Maria-13@uol.com.br) - Itararé-SP